domingo, 29 de junho de 2008

Balada do Soldador


O Soldado da dor acorda toda manhã e joga dados de dúvidas dormentes. Deixa sua casa de forma melancólica, com um gosto de cólica sentida pela esposa católica.

O ponto de ônibus é o primeiro momento de sonhos dormentes. Vê a vida passar, o ônibus se atrasar, mas nunca deixa de pensar que apesar de não cantar, sua vida não há o que mudar.

No balanço matinal, faz sinal, mesmo sabendo que o companheiro usual não carece de estimulo mental.

A cidade não cede, como vultos de ansiedade, descobre que não faz parte da maldade que se vende.

Na freada brusca da busca de uma nova piada sem graça, deixou a couraça de trabalhador e foi parar na praça como Soldado da dor.

Girando em torno do sol, viu que na inércia a vida não perde o ritmo do carbono sem nexo nem concordância.

A covardia que alimenta Maria não permitiria que o bravo soldado abandonasse o que mais queria, sem saber o que depois viria.

Dúvida que não mais duvida, conhece a vida e não quer mais perguntas de quem ainda sofre por mortes não vividas.

O Soldado da dor trabalha sem cor para esquecer que o amor não é solda que une metais, mas sim fogo que une animais.

Um comentário:

ele disse...

Muito bom! Muito bom mesmo!