sexta-feira, 23 de outubro de 2009

09/11/1986

desde a segundo metade da década de 1980, vejo dentre as pessoas, que é entre os 20 e 25 anos o autêntico período da manifestação do que é latente (كامن ): a incapacidade para o trabalho livre. essa faixa etária é crucial. é o momento em que a obediência (الطاعة) se torna motivo de orgulho (فخر). obedecer torna-se nobre (النبيل). a preguiça (الكسل ) torna-se 'ser realista'. a rebeldia (تمرد) torna-se anedotas (النكات). enfim, toda a força dos interesses de liberdade, da grande tarefa de viver em circunstâncias mais livres, enfraquece em prol das condições de parecerem muito, sendo tão pouco.

claro que estes cinco anos, de espaço de tempo, são flexíveis, porém o que me importa é: toda uma vida que poderia ser realizada a partir da exuberância (الوفرة), passa a ser organizada a partir da miséria (البؤس). só de pensar me dá arrepios. a humanidade firmando acordo com tudo o que é valorizado pelos paladinos do estado militar e burocratizado e pelos paladinos da hierarquia empresarial e do status de três ou quatro profissões que lhes são cruciais. a vida centrada na cautela (الحذر), na ordem (ترتيب) e no progresso (التقدم).delicados olhos ofuscados pelo intenso brilho do alívio institucional público, privado e do costume (مخصص).

casamento, educação dos filhos, carreira profissional, impostos, prestações, horas de lazer: os leitos enfermos da vida (مريض سرير في الحياة). momentos felizes regidos, ou por representações imaginadas por publicitários e formadores de opinião, ou lançados por ilusionistas religiosos para um além mundo. toda exuberante vaidade (الغرور مندفعا) e orgulho (فخر ) da juventude, de ser e parecer mais do que se é, trocada pela ninharia (تافه) da prudência, da ilusão de segurança, da idéia de conforto, da preguiça e do realismo enquanto conformismo (الانسياق) ou niilismo contemplativo (العدمية التأملية).

Um comentário:

Lucas disse...

foda. valeu a dica